domingo, 16 de novembro de 2014

AVA LOS CARNEROS – CALIFÓRNIA



Los Carneros é uma área de viticultura americana que inclui partes de Sonoma e Napa, na Califórnia, EUA. Está localizado ao norte de San Pablo Bay. Recebeu o status de AVA em 1983 e foi a primeira região vinícola na Califórnia definida pelas suas características climáticas, em vez de fronteiras políticas. A região é moderadamente fria e com ventos, além de influências marcantes da vizinha San Pablo Bay. A névoa do amanhecer é uma característica persistente.


A proximidade com a névoa fresca e a brisa da baía de San Pablo tornam o clima mais frio em Los Carneros e mais moderado do que nas regiões vinícolas mais ao norte em Napa Valley e Sonoma Valley. Este clima tornou Los Carneros atraente para o cultivo de variedades de uvas de climas mais frio, como Pinot Noir e Chardonnay. Muitas das uvas cultivadas em Los Carneros são utilizadas para a produção de vinho espumante.


A região de Los Carneros abrange 90 quilômetros quadrados localizados ao longo das colinas Mayacamas. As elevações da maioria dos vinhedos variam de 120m, no sopé, para o nível do mar mais perto da baía. Os limites oficiais da AVA avançam sobre os municípios de Napa e Sonoma, com a maior parte sendo em Sonoma e com direito a utilizar a denominação Sonoma Valley AVA também. A parte de Napa de Los Carneros possui igualmente o direito de utilizar a designação Napa Valley AVA.

Os solos da região de Carneros são predominantemente de argila, muito fina e superficial, cerca de 1 metro de profundidade.


Muitas vinícolas de Napa e Sonoma usam uvas de Los Carneros como componentes de uma mistura de clima frio. Nos últimos anos, tem havido interesse em Merlot e Syrah provenientes das áreas mais quentes da região. Em 1996, os primeiros plantios de Albariño nos Estados Unidos foram plantadas na região de Los Carneros.


A Chardonnay de Los Carneros é marcada por sua alta acidez, que pode trazer equilíbrio para os mais encorpados vinhos. No passado, a Chardonnay era geralmente vinificada através de fermentação malolática com significativo tratamento de carvalho para suavizar um pouco da acidez, atualmente, o estilo de vinificação na Califórnia enfatiza a fruta. O estilo agora favorece aço inoxidável e carvalho francês neutro, enquanto que raramente se utiliza mais do que uma porção do vinho para sofrer fermentação malolática.


A Pinot Noir de Los Carneros é conhecida por sua acidez e estrutura firme e, frequentemente, exibe picantes frutos silvestres. A região de Los Carneros foi uma das pioneiras da Pinot Noir de clima frio na Califórnia, antes de se tornar um plantio significativo nas AVAs Russian River, Anderson Valley, Santa Rita Hills e Santa Lucia Highlands. Nos últimos anos, tem havido um foco especial sobre os produtores de Pinot Noir de Los Carneros, em parte, das emergentes filosofias de vinificação e das seleções clonais. Os clones mais antigos encontrados em Los Carneros incluem os clones Martini e Swan, que produzem vinhos que são mais leves, mais elegantes, com alguma complexidade terrosa. Eles também são conhecidos por seus aromas distintos de ervas verdes, beterraba e hortelã. Os clones franceses mais recentes que estão sendo plantados, como a Dijon 115, 667 e 777, produzem vinhos mais alcoólicos e concentrado, com notas de frutos pretos.




Degustei o Beaulieu Vineyard Chardonnay 2008 de Los Carneros e pude comprovar sua minelaridade e acidez. Um vinho no auge da sua evolução com muita cremosidade e notas de manteiga, acompanhadas de frutas cítricas. Há mais de 100 anos, Beaulieu Vineyard estabeleceu o padrão para a elaboração de vinhos da Califórnia, que estão entre os melhores do mundo. Uma rica história sobre a arte de fazer vinho.


Em 1900, quando a esposa de Georges de Latour, Fernande, colocou os olhos na terra que se tornaria sua vinha, ela nomeou-a "beau lieu", ou "lugar bonito". Pouco tempo depois, Dde Latour comprou o rancho de quatro hectares e fundou Beaulieu Vineyard com a visão de fazer vinhos que iriam concorrer com os da sua França. De Latour importou porta-enxertos resistentes à filoxera da Europa para iniciar uma nova indústria de vinho na incipiente Califórnia.


Ele também começou a vender vinho para a Igreja Católica, estabelecendo uma relação forte que permitiria à Beaulieu Vineyard se tornar a única vinícola a permanecer no negócio durante a Lei Seca. De fato, durante a proibição, a vinícola aumentou seu negócio. Após a revogação, em 1933, De Latour começou a procurar alguém que pudesse contribuir com experiência na viticultura europeia.


Em 1938, ele viajou para a França e voltou com André Tchelistcheff, viticultor e enólogo famoso que instituiu a filosofia de inovação contínua na vinha e na adega. Tchelistcheff introduziu a fermentação a frio para os vinhos brancos, a fermentação malolática para tintos e o envelhecimento dos vinhos tintos em pequenas barricas de carvalho francês. Ele também provou o vinho privado que De Latour chamava de "Reserva Particular" – vintage 1936. Este vinho à base de Cabernet Sauvignon era tão distinto que Tchelistcheff insistiu que deveria ser engarrafado e vendido como a principal oferta da vinícola. O resultado foi o lançamento inaugural de Georges de Latour Private Reserve Cabernet Sauvignon, um vinho que estava destinado a se tornar o primeiro Cabernet "cult" de Napa Valley. Hoje, a Beaulieu Vineyard continua a recorrer às práticas inovadoras para elaborar vinhos com estilo único.






Nos dias atuais, a Beaulieu Vineyard é líder na pesquisa clonal e os vinhos BV Clone Reserva Cabernet Sauvignon são altamente aclamado. Recentemente, foi concluída uma nova adega “state-of-the-art”. A Georges de Latour Private Reserve Winery utiliza a mais recente tecnologia em combinação com as tradições consagradas pelo tempo para a produção de vinhos excepcionais.





sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Quais são os sabores das frutas?


Ao bebermos vinhos sempre citamos aromas de frutas, sejam tropicais, cítricas, vermelhas, brancas. Mas se cheirarmos estas frutas notaremos que não há tantos aromas assim. Concluímos então que os aromas encontrados nos vinhos referem-se aos sabores das frutas! E quais são então os sabores das frutas?


Comecei o meu estudo pelas frutas negras e vermelhas comuns aos vinhos tintos e cheguei às conclusões abaixo!

A Blackberrie, possui um sabor seco, quase sem açúcar, uma acidez ligeira e uma leve lembrança de rúcula! Sem nenhuma adstringência, seu ataque é totalmente no centro da língua e na garganta, onde traz um pequeno amargor!


E a bela Raspberry, quais são seus sabores?


A primeira sensação que a Raspberry nos traz é a cremosidade, quase uma manteiga, que se transforma em açúcar e acidez. A acidez é tão marcante que chega a salivar! Importante observar o toque herbáceo que uma Framboesa possui. A cremosidade acompanha até o final da degustação, como se fosse um sorvete de morangos!


Nada mais saudável que os Blueberries! Seus sabores são marcados por terem uma grande concentração de açucares e taninos! A acidez é muito baixa. Se você retirar a casca, cheia de taninos, sentirá que a sua poupa se assemelha com uma jabuticaba!


O Cranberry é uma daquelas plantas abençoadas pela Natureza. Os índios americanos a chamavam de “Presença de Luz”, pois muitos eram seus benefícios à saúde! Seu sabor é ácido, quase inexistência de açúcar, os taninos apertam a gengiva e um amargor toma conta da garganta. Lembra os aromas terrosos com algo herbáceo.


As Cherrys são refrescantes, doces e minerais com um leve toque mineral! Suas cascas possuem pequenas quantidades de tanino. A acidez aliada ao açúcar traz à boca uma certa sensação picante com um final levemente terroso.


Um Strawberry é acima de tudo refrescante e cremoso! Levemente tânico, mas o que predomina são os ácidos e os açucares com muita cremosidade. Esta cremosidade pode ser sentida no final da boca com mais evidência! Um leve toque herbáceo acompanha também o final de boca!


Plum possui uma polpa ácida e açucarada. Sua casca possui uma pequena quantidade de taninos, mas os açucares são mais marcantes. Os açucares são tão marcantes que chegam a enjoar dependendo do gosto pessoal. No final de boca, a acidez nos traz à lembrança de laranja.


O próximo passo dos meus estudos serão as frutas tropicais! Além de tudo, diria que estou estudando e praticando algo muito saudável! Comer frutas!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

AVA RIVER JUNCTION - CALIFÓRNIA


River Junction está situada na confluência dos rios San Joaquim e Stanislaus.

É uma das poucas AVAs da Califórnia que possui somente uma vinícola, Mac Manis Family Vineyards.


O Senhor McManis obteve sucesso no pedido para que a AVA fosse reconhecida devido à sua combinação única de clima e solo.


Ele percebeu que suas terras possuíam uma influência muito forte das brisas do Oceano Pacífico o que tornava as terras em torno da junção dos rios, em média, 2 a 5 graus mais fria que outras áreas do Vale Central. E o solo é único nesta área, pois é o único lugar que possui uma composição arenosa fina e com grande concentração salina.


Este solo localizado na parte mais seca do delta combinado com temperaturas amenas da região promovem um conjunto perfeito para vinhos de grande sucesso.


A uva Chardonnay é a principal da região constituindo 90% da plantação do 1.300 hectares da AVA.

Uma preocupação da região é com as frequentes geadas que chegam no final do período de maturação.


Degustei o Mac Manis Chardonnay 2013. Um vinho com ótimo preço para sua qualidade! Em média US$ 11,80.


Um vinho límpido, amarelo com reflexos dourados, aromas de abacaxi e pêssego. Em boca, podemos sentir o amanteigado, uma textura cremosa e a baunilha, frutos de uma madeira bem utilizada! Uma acidez maravilhosa que torna o vinho rico, refrescante e marcante!



Harmonizei com tacos mexicanos e ficou maravilhoso!


O mundo é um lugar de infinitas possibilidades, onde a mãe natureza em conjunto com as mãos de talentosos enólogos nos presenteiam com vinhos deliciosos de serem bebidos, calmamente, sem pressa.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

South Austrália – Barossa Valley


South Austrália é para a Austrália o que a Califórnia é para os Estados Unidos. O Estado do Vinho. Quase a metade das mais importantes vinícolas e centros de pesquisas de uvas da Austrália estão localizados em South Austrália. Adelaide, Capital do Estado, está rodeada de vinhedos. De nordeste ao sul, Barossa Valley é a resposta australiana à Napa Valley, repleto de vinhos por 55 Km! Fundada por imigrantes germânicos da região onde hoje é a Polônia, a comunidade de Barossa conserva suas tradições e sua força para o duro trabalho nos vinhedos!


Há um total de 13.256 hectares de área de vinhedos plantados no Barossa. A maioria das plantações são de Shiraz, com outras variedades, como Grenache, Cabernet Sauvignon, Mourvèdre (Mataro), Riesling e Semillon. Possui solos com baixa fertilidade, basicamente areias argilosas.


O Barossa, como com todas as outras regiões vinícolas do sul da Austrália, é classificado como livre da filoxera. É de vital importância que o Barossa permaneça vigilante sobre a ameaça da filoxera, pois é o lar de algumas das mais antigas vinhas que produzem continuamente no mundo, de onde saem seus vinhos de alta qualidade.



As noites em Barossa são frias, com dias quentes e secos na época de crescimento e maturação das uvas. Seus Shirazs são conhecidos em todo o mundo como únicos, ricos, achocolatados, picantes, verdadeiros elixires untuosamente alcóolicos.

Os Blends inspirados no Rhône são cada vez mais populares! Em Barossa, há vinhas velhas de Grenache (capazes de álcoois ainda maiores) e Mourvèdre, também chamadas de Mataró. Os blends GSM de ambas uvas com a onipresente Shiraz conquistam fãs em todo o mundo.


Na Vinícola Shild Estate, os Enoturistas são recebidos pelos membros da família que há quatro gerações produzem excelentes vinhos em um dos melhores solos do Sul de Barossa. A família inteira é dedicada a criar vinhos com autenticidade e paixão, que falam de um sentido de lugar.


O Shild Estate GSM Premium 2011 é um vinho muito interessante e diferente. Um blend de Grenache, Shiraz e Mourvèdre que acaricia as narinas com notas frutadas, cerejas, morangos, acompanhadas de ervas, pimentas e um pouco de grama molhada, algo terroso muito singular. Corpo médio, excelente equilíbrio entre acidez e taninos, sem ser uma bomba alcóolica. Na boca, se torna refrescante, leve e picante, seu rubi vermelho claro nos apresenta uma nova surpresa, as folhas de chá preto com chocolate. Um vinho para ser bebido calmamente durante horas.






sábado, 1 de novembro de 2014

Sonoma Coast - Califórnia


Quando ouvimos as palavras “Sonoma Coast”, nos lembramos de vinhedos de Pinot Noir e Chardonnay plantados próximos ao Oceano Pacífico, com vista para suas águas, paisagens acidentadas, ventos frios e névoa constante!




Esta estreita faixa de terra banhada pelo Pacífico, com limites fronteiriços Mendocino County, Sonoma County e Sonoma-Los Carneros de Napa, é considerada uma das melhores denominações do Mundo para o Cultivo de Chardonnay e Pinot Noir.



Possui características únicas que a diferem do restante da quente Califórnia. O site é refrigerado por ventos marinhos ligeiramente salgados e um cobertor diário de nevoeiro durante a estação de crescimento e sol à tarde suficiente para amadurecer as uvas. A tarde, a temperatura gira em torno de 26,67ºC, à noite, 7,22ºC. Seus solos variam de argilosos à rochosos, com excelente drenagem.


Tal Terroir promovem rendimentos reduzidos, elementos estruturais firmes, complexidade, baixo teor alcóolico, menos frutas e mais aromas terrosos, acidez e finos taninos. Características fundamentais para se criar vinhos que fogem do estilo mundial dominante onde predominam o álcool e as frutas!