“Mas é preciso ter manha,
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...”
Eduardo Junqueira, cervejeiro assumido, iniciou seus passos
no mundo do vinho após ouvir do médico os benefícios desta bebida ao coração. A
saúde não estava muito boa e era preciso mudar!
Inspirado nos versos da linda canção do amigo Bituca, no
meio dos seus cafezais, plantou as primeiras parreiras e, agora, passados
alguns anos, o sonho de colocar no mercado o vinho Maria Maria está muito
próximo!
Eduardo Junqueira faz parte da quinta geração de uma das
famílias mais tradicionais no plantio de café em Minas Gerais. Administra cerca
de 600 hectares de pés de café, além das plantações de trigo, soja e alface.
Mineiro de sorriso fácil e cativante, olhos brilhantes cheios de sonhos e fé!
Neste novo projeto, delegou toda a gestão ao seu filho
Eduardo Junqueira. Menino homem que mantém a tradição da família e seu amor
pelo campo. Este menino me impressionou logo no início de nossa conversa quando
me disse que em 2014 perdeu tudo devido aos fungos, pois ficou muito confiante
e seguro que tudo estava perfeito e se descuidou. Foi um tombo, mas logo se
levantou e agora caminha diariamente por todo o parreiral atrás de qualquer
praga, chegando a sonhar algumas noites com fungos. Não tenham dúvida que este
menino nasceu para o sucesso!
Todos que vierem a beber deste vinho beberão muito mais que
um fermentado de uvas! Em suas botelhas estão unidas a fé, os sonhos, o
trabalho duro e o amor de toda uma família que de tão mineira chega a ser a
própria canção de Bituca!
No meio dos cafezais da Fazenda Capetinga, em Três Pontas,
numa leve colina ensolarada, encontramos os vinhedos de Sauvignon Blanc, Syrah
e Chardonnay.
Os vinhedos são novos, mas já demonstram grande potencial. O
solo argiloso que favorece os vinhos brancos e também na produção de tintos de
boa qualidade aliado à um inverno com amplitude térmica e seco, com pouca
ocorrência de chuvas, favorece à cultura da poda invertida.
A Vindima 2015 iniciou-se pela Sauvignon Blanc e nos
próximos dias a Syrah será colhida. Os vinhedos estão todos protegidos contra
os pássaros, devoradores de uvas! A Chardonnay não se adaptou bem à poda
invertida e irá produzir no ciclo normal, seus vinhedos estão todos preparados
para a irrigação por gotejamento.
Tive o prazer de degustar três vinhos que ainda estão sem
rótulos, pois a rotulação ocorrerá nos próximos dias.
O primeiro vinho que eu degustei foi o Sauvignon Blanc. Um
vinho surpreendente. Uma bela coloração palha esverdeado com reflexos dourados.
Aromas de frutas brancas e capim marmelo. Na boca, o melão se faz presente,
muito doce, contrastando com a acidez exuberante, o que provoca um resultado
maravilhoso no palato. Com certeza um dos melhores Sauvignon Blanc produzidos
no Brasil.
Em seguida, partir para o rose de Syrah. A cor está muito
bonita. Os aromas são uma explosão de framboesas e groselha. No palato,
sente-se os taninos e a acidez em equilíbrio com o álcool. Uma fruta vermelha
doce, madura, com leves notas de pimenta negra. Um vinho perfeito para ser
bebido à beira de uma piscina, ou no mar, mas como estamos em Minas, perto de
uma cachoeira!
Finalizando a degustação, partir para um Syrah com passagem
por carvalho americano e carvalho francês. Os aromas remetem à frutas negras,
baunilha, leite de côco e um toque lácteo, tudo acompanhado de uma especiaria
que remete à pimenta. Na boca, está muito equilibrado com uma bela acidez,
taninos redondos e uma fruta em compota. Um vinho muito fácil de se beber
acompanhando um queijo de massa dura ou uma carne vermelha.
Os empreendimentos no Sul de Minas baseados na poda
invertida, desenvolvida pelo agrônomo da Epamig Murillo de Albuquerque, estão
em franco desenvolvimento. A técnica consiste em fazer duas podas no ano, a
primeira entre agosto e setembro, logo depois da colheita, e a segunda entre
dezembro e janeiro, quando a planta está com os frutos bem pequenos, que são
desprezados, e a parreira recomeça todo o ciclo com a formação de folhas,
flores e frutos. Neste caso, as uvas estarão prontas para serem colhidas a
partir de julho. Mais alguns anos e poderemos ter um grande centro produtor de
vinhos finos no Brasil.
Como diz a canção...
“Mas é preciso ter manha,
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...”
E, com a autorização do Eduardo Junqueira, em primeira mão,
seguem os rótulos dos Vinhos Maria Maria!
Como conseguir esses vinhos?? Tem o contato da vinicola???
ResponderExcluirHopwine.com.br
ResponderExcluirUm dia inesquecivel esta visita na fazenda Capetinga!
ResponderExcluirDegustacao de vinhos e cafes e um abraco carinhoso da famia mineira q encanta!abracos..
Que satisfação termos, em meio aos tradicionais cafés do Sul de Minas, estes rótulos que entregam muito mais que uma simples bebida !!!
ResponderExcluir