sábado, 19 de abril de 2014

Páscoa, Vinho e Chocolate...



Te proponho celebrar a vida entorpecido pelo sangue de Dionísio, Vinho, com chocolates amargos!


A tradição de presentear com ovos - de verdade mesmo - é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza - lá eles têm até nome, pêssanka - em celebração à chegada da primavera.


Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.


Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus - o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria. Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro. Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate - iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então recém-descoberta América. Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca.

O Grego MAVRODAPHNE OF PATRAS CELLAR RESERVE – TSANTALI – nos remete a deliciosos aromas de tabaco, couro, uva-passa e figo seco. Deliciosamente doce e delicado, torna sua degustação com chocolates amargos algo inesquecível!



Aos pés do Monte Olimpo




Então, aqui estamos, novamente, diante de ti, Dionísio...



Filho de Zeus e Sêmele, mãe morta pelas maldades de Hera, prematuro criado nas coxas de Zeus, entregue a Hermes, criado sem sexo, transformado por seu pai em menino! Educado pelas Ninfas que ao céu subiram estrelas!


A ti, dedicamos todos os mistérios, toxicamente encantados pelo vinho em transes que erradicam nossas inibições. Morrer e renascer, sem leis, rito feminino embalado pela música de seus corpos. Conduzimos a vida como Ménades. Freneticamente em torno de ti, sacrificando por carne fresca, crua em sangue. Sangue vinho de minha alma.


E aos pés de seu pai, surge composto de Xinómavro, Krassáto e Stavrotó, RAPSANI GRAND RESERVE MOUNT OLYMPUS - SAFRA 2005. Cinco anos se passaram em carvalho galês!

Seus aromas remetem à perfumes de frutas secas, especiarias, chocolate e defumados. Equilibrado, taninos macios dominando o palato pedindo por carne em sangue.




És sangue legitimo das veias de Dionísio!


sábado, 12 de abril de 2014

Impossível não te amar, seco Limari, rio, mar! Onde um pingo d`água, verde colherá!



Não quero comparar e nem pensar! Pensar que São Paulo vive um processo de racionamento de água, lembrar o que vi no Vale do Limari!


Uma incrível rede de oito mil quilômetros de canais faz com que cada gota de água seja aproveitada e transformada em vida!


Vida capaz de criar vinhos como o Maycas Del Limari – Reserva – Sauvignon Blanc.



Degustar um vinho, lembrando do solo onde suas videiras foram plantadas, do sol que maturou suas vinhas e dos homens que o transformaram na bebida de Dionísio, é como beber poesia viva!


Quando quiser saber o que é um Terroir, Limari te responderá!




Os vinhos do Vale do Limari são assim! Minerais, acidez cortante, frutas insinuantes... Fortes e com personalidade capazes de harmonizar com comidas de extrema salinidade e amargor!


A Sauvignon Blanc, mãe, talvez pai, da Cabernet Sauvignon, é uma cepa branca de muita personalidade capaz de arrancar suspiros de amor mundo à fora, assim como caretas de muitos que não conseguem entender seus aromas e, principalmente, sua acidez cortante, salina, mineral e herbácea! Conheço pessoas que juram ter sentido xixi de gato na boca! Eu não sei e não quero saber nada sobre xixi de felinos! É preciso ter personalidade para lhe degustar, Sauvignon Blanc, não rainha, mas Guerreira Branca!


A Nova Zelândia produz os exemplares mais famosos e premiados do Mundo, superando os Franceses!

Mas, independentemente da minha origem Sul Americana, prefiro os vinhos do Leyda e, principalmente, do Limari!

Futuramente, escreverei sobre o Vale do Leyda, onde também vivenciei experiências fantásticas degustando excelentes Sauvignon Blancs, Chadonnays e Rieslings...

Adelante....





A união da comida e do vinho!


Nada é tão espetacular quanto ao momento em que nossos sentidos percebem, na boca, que determinado “bom” vinho está sendo a companhia ideal para determinado “bom” prato. A união dos prazeres conferidos por um e outro é maior do que a simples soma das sensações – transforma-se numa nova emoção!

Na harmonização entre comida e vinho, não há regras! Talvez princípios! Mas inovar é sempre interessante!

Alguns destes princípios diz respeito ao gosto de cada pessoa! Algo muito particular! Coma e beba aquilo que te deixa feliz!

As harmonizações regionais sempre devem ser respeitadas, afinal o prato e o vinho de uma determinada região estão juntos há muito tempo, e alguma razão bem saborosa deve existir!

Cada prato e cada vinho se destacam por seus sabores básicos. A identificação dos sabores é principalmente uma função da língua, embora outras regiões, como a faringe e o palato, tenham alguma sensibilidade. Na superfície da língua, existem inúmeros papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatros sabores básicos – ácido, amargo, salgado e doce. Eles são sentidos em toda a superfície da língua, mas, para efeito didático, podemos considerar uma concentração conforme a figura abaixo:


ÁCIDO

É detectado nas laterais da língua, sendo elemento comum do vinho e da comida. Os ácidos naturais conferem acidez ou azedume à comida ou ao vinho. A acidez provoca a sensação de refrescância, sendo um meio condutor de aromas. Um bom indicativo de acidez de um vinho é o seu brilho: quanto mais brilhante o vinho, maior a acidez.

AMARGO

Corresponde a uma sensação de ausência de doçura, que se percebe ao engolir tanto o vinho como a comida. É comum em alguns vegetais (como endívia e rúcula), ervas, condimentos e comida tostada. O exemplo clássico é o chá preto. O amargo aparece em muitas comidas durante o cozimento, especialmente em altas temperaturas. Isso também ocorre quando, em vez de dar uma ligeira infusão em um chá, nós o deixamos ferver. O amargor é percebido especialmente na parte de trás da língua.

SALGADO

Não é perceptível em todos os vinhos, somente em alguns brancos com grande mineralidade, mas na comida é elemento importante, porque realça os outros sabores básicos. Algumas pessoas colocam um pouco de sal em frutas ácidas (manga verde ou laranja) para torna-las mais suaves ao paladar. A sensação de salgado aparece mais no centro da língua.

DOCE

A maioria das pessoas detecta-o na ponta da língua. É encontrado em muitas comidas e vinhos em diferentes níveis. Frequentemente, legumes e, com certeza, frutas podem acrescentar um grau de doçura à comida. O sabor doce é notado também nos componentes aromáticos frutados dos vinhos, nos aromas de tostado da madeira e no álcool. Nossas expectativas individuais determinam a conveniência dos níveis de doçura.

COMPONENTES E TEXTURAS

As comidas e os vinhos apresentam uma gama variada de componentes e texturas cujo conhecimento é decisivo para a harmonização. Pratos e bebidas podem ter tendência à acidez, à doçura, ao amargor.

Alimentos podem, além disso, ser menos ou mais salgados. A textura leva em conta os componentes gustativos, como gordura, suculência e intensidade do sabor. Um ossobuco sobre risoto de açafrão ficará bem na presença de um tinto jovem do Novo Mundo, com bom corpo. Nesse prato, que costuma ter bastante tempero e é rico em gorduras, os taninos do vinho vão se envolver com a untuosidade da comida e parecer mais macios.

E como se comportam os elementos relacionados aos componentes dos alimentos e do vinho?

ACIDEZ

A acidez, sensação picante que nos faz salivar, está presente tanto nos alimentos quanto nos brancos e tintos. Por isso, um vinho aparentemente demasiado ácido para se beber sozinho pode trabalhar muito bem em conjunto com a comida. Ao procurar uma combinação agradável para um prato rico, salgado, gorduroso ou com um pouco de especiarias, um vinho com boa acidez será eficaz e refrescante. É o que poderia se chamar de regra do “toque do limão”. Uma espremida de limão pode acentuar a riqueza de um prato ou cortar o excesso de sal de outro (por exemplo, controlar a salmoura dos frutos do mar). Um vinho com boa acidez pode cumprir o mesmo papel. Também harmoniza bem com pratos com molhos à base de creme de leite ou manteiga, com peixes oleosos ou de sabor forte, com crustáceos e com qualquer tipo de fritura por imersão.




Vinhos com boa acidez sãos os melhores para harmonizar com pratos ácidos. Um Sauvignon Blanc é ideal para salada de frutas do mar. Ingredientes ácidos como o tomate, a alcaparra e o alho-poró harmonizam melhor com vinhos que tenham acidez semelhante. Um vinho com menor acidez que a do prato parecerá sem corpo, magro, e desaparecerá. Portanto, quando servir o vinho com pratos ou ingredientes ácidos, procure oferecer um vinho mais ácido!


“A acidez traz à tona a integridade de ingredientes simples e bons”

Comparamos a acidez de um vinho a uma caneta marca-texto. Uma passada da caneta marca-texto faz o trecho grifado se destacar na página. A acidez do vinho pode provocar o mesmo efeito com a comida, destacando a essência do aroma de algum ingrediente. O milho, o tomate maduro, os crustáceos e a mozarela fresca ganham uma nova dimensão quando harmonizados com um vinho ácido e descomplicado, que faz aromas vibrantes e deliciosos saltarem desses alimentos.


DOÇURA

Vinhos têm diferentes níveis de açúcar, podendo ser levemente doces ou meio-secos. Normalmente, achamos traços de doçura em Rieslings, Chenin Blancs, Gewürztraminers, Muscats leves e em alguns estilos de espumantes.


“A doçura é um bom contrapeso para moderar especiarias”

Muitas receitas asiáticas, como o picante churrasco de frango coreano ou o porco chinês de duas cocções, não precisam ser acompanhados exclusivamente de cerveja. Nesses casos, um vinho com baixo a médio teor de açúcar trará um bom contraste e domará a ferocidade do calor gerado pelo uso de especiarias, até mesmo aliviando a sensação de queimação causada pela pimenta.

“A doçura do vinho pode complementar a leve doçura da comida”

É o caso de vinhos levemente adocicados com pratos acompanhados de chutneys, molhos feitos com frutas frescas ou secas (reidratadas); o aroma das frutas ressoa bem com a maioria desses vinhos.


“Doçura pode ser eficaz no contraste com sal”

Essa é a regra por trás da harmonização do vinho doce francês Sauternes com roquefort, ou outro queijo azul, e do vinho do Porto Vintage com stilton. No entanto, esse gênero de harmonização requer experimentações, já que nem todas as combinações são boas.


“Vinhos de sobremesa devem ser mais doces que a sobremesa”

O conteúdo dessa regra é óbvio para quem já foi a um casamento e teve a infeliz experiência de provar um caro Champagne Brut com um pedaço de bolo, cheio de creme de manteiga. O Champagne subitamente se transformará em uma água com gás azeda. No mínimo, os níveis de doçura do vinho e da sobremesa devem se equiparar. Também sobremesas à base de frutas são mais compatíveis com os vinhos de sobremesa. Evite cremes de manteiga muito doces e espessos com espumantes.


SALGADO

Assim como para a saúde das pessoas, o sal na harmonização de vinho e comida é importante e necessário em pequenas quantidades. De maneira análoga à dos médicos, que pedem para se prestar atenção ao consumo de sódio, à mesa você precisa estar atento à quantidade de sal nos pratos e como isso afetará a escolha do vinho. Para melhor aproveitamento do vinho, o gosto salgado deve ser reduzido e não ampliado.

“O salgado é atenuado pela acidez do vinho”

Vinhos brancos e espumantes, como regra, são naturalmente mais ácidos e, portanto, combinam melhor com pratos salgados que qualquer tinto. Por exemplo, a acidez de um Pinot Grigio jovem é um contraste refrescante para uma lula empanada ou um peixe assado em crosta de sal.


“A percepção do sal é aumentada pelo tanino”

O tanino é a substância que dá o sabor amargo e a textura adstringente ao tinto. O tanino vai, normalmente, acentuar o excesso de sal, resultando numa harmonização tão charmosa quanto chupar uma pedra de sal, especialmente quando se está servindo um vinho tinto encorpado e rico em taninos. Por isso, não é qualquer tinto que combina bem com o bacalhau – embora em Portugal seja essa a preferência. Tintos macios e brancos amadeirados costumam fazer boa companhia ao peixe salgado, tão apreciado lá como aqui no Brasil.


“O álcool é acentuado pelo sal”

A forte presença de sal na comida fará com que o vinho pareça ter mais teor alcoólico (ser mais quente) que na realidade. É importante tomar conhecimento disso, pois você não gostaria que o vinho escolhido para harmonizar com o prato se assemelhasse a uma vodka. Grande quantidade de especiarias também tornará o vinho mais quente; beber um vinho tinto encorpado com um chilli é o caminho certo para uma azia.


“Pratos salgados podem ser contrabalançados por vinhos meio-secos ou doces”

O salgado e o doce juntos são como mágica. Embora nem todas as pessoas pensem dessa forma, há vários exemplos: torta de peixe tailandesa com molho agridoce apimentado, presunto com mostarda e fast-foods salgados com ketchup harmonizam com vinhos doces ou meio-secos; se a combinação ficar apagada, tente colocar uma pitada de sal no prato. Ocasionalmente, essa adição de sal poderá reavivar a presença do vinho.


AMARGOR

Alguns alimentos, como certos vegetais, apresentam amargor ao serem provados. Com determinados vinhos, especialmente os tintos, acontece a mesma coisa. Às vezes, é um pequeno travo típico, que não chega a incomodar. Há casos, entretanto, que o amargor, no meio da boca ou no final, é bastante perceptivo, e não é exatamente uma qualidade da bebida.

“O excesso de madeira não faz bem ao vinho”

Nos tintos, o traço desagradável é provocado principalmente pela vinificação de uvas que não atingiram sua plena maturação fenólica ou pelo excesso de madeira. Para haver equilíbrio, o repouso nas barricas de carvalho deve ser proporcional à concentração de fruta e à estrutura desejada. A madeira em demasia passas taninos indesejados ao vinho. O tanino é elemento importante na composição dos tintos, desde que maduro.

“Carnes vermelhas ajudam a domar os taninos”

Há tintos menos e mais taninosos. Do ponto de vista da química, eles se ligam às proteínas. Por isso, acomodam-se muito agradavelmente às carnes vermelhas, aos molhos ricos e aos queijos de pasta dura. Tomados sozinhos, ou com um alimento leve, pobre em proteínas, os taninos vão buscar liga em outro lugar. Sabe onde? Nas proteínas da saliva, que perde assim suas propriedades lubrificantes, provocando aquela sensação adstringente, que amarra a boca como uma fruta verde.




Bem, depois de conhecermos os princípios básicos para uma boa relação entre a comida e o vinho, avançaremos para outros conceitos num segundo artigo!

Adelante!